Assistente social do Hospital de Itumbiara faz relato sobre atuar na linha de frente no combate à Covid-19

13 de outubro de 2020

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Luciene Rodrigues de Jesus contou sobre o trabalho que realiza e do contato direto com os familiares dos que estão em batalha contra o vírus

O assistente social junto com toda equipe multiprofissional é peça-chave no enfrentamento de grandes desafios na área de saúde, e permanecem imprescindíveis no combate à pandemia do novo coronavírus. Mais do que o acolhimento dos pacientes, esses profissionais os acompanham por todo o tratamento, auxiliando no conforto, bem-estar e segurança, até o momento da alta.

Eles são chamados de super-heróis, mas diferente daqueles que conhecemos dos famosos quadrinhos, não possuem superpoderes e, infelizmente, nem sempre conseguem vencer o mal. Mesmo assim, todos os dias eles vestem suas armaduras neste caso, jalecos, luvas e equipamentos de proteção individual (EPI)  e dão início a mais uma batalha com a missão de salvar vidas.

Emocionada com o trabalho que realiza todos os dias, a assistente social Luciene Rodrigues de Jesus, que atua na linha de frente do enfrentamento da Covid-19 no Hospital Regional de Itumbiara São Marcos, fez nesta terça-feira, 13, um relato sobre o trabalho que realiza e contou um pouco sobre o contato direto com os familiares daqueles que estão em batalha contra o vírus.

Confira na íntegra o depoimento:

Alguns dias são assim: você sai do plantão, mas ele não sai de você, às vezes é impossível se desligar. Nós assistentes sociais, temos acesso direto às famílias dos pacientes, conhecemos um pouco de suas histórias, das suas limitações. Adentramos um pouco na história de cada paciente que será marcada por essa fase, seja pela vitória, seja por não voltar pra casa. E a segunda opção é dolorosa demais.

Óbitos acontecem e ao telefone, junto ao familiar, precisamos conter as lágrimas (sim, nós queremos e precisamos ser fortes), porém em alguns casos, é uma missão quase impossível, afinal de contas, criamos carinho e expectativas de que o paciente se recupere o mais rápido possível. Sem perceber criamos vínculos.

Em um mesmo plantão, vivemos a tristeza do luto de uma família  e a alegria da alta de outras famílias. E que alegria, cada alta traz consigo uma emoção diferente, um ‘gás ‘ novo para essa ‘missão’ que envolve tantos sentimentos. Cada alta é uma celebração única, é um momento inexplicável por mais simples que seja. Devolver um paciente ao seu seio familiar não tem preço, ver o reencontro e até mesmo o ‘abraço proibido ‘(nesse momento, ainda que muito desejado e esperado, abraços não são muito recomendados), participar desses momentos, vale cada segundo do plantão, vale muito.

Ver alguém voltando pra casa, enche o coração de gratidão e esperança. Além disso, o plantão fica mais leve e feliz, pois existe a certeza de que mais uma pessoa, o amor da vida de alguém venceu. Venceu e está voltando pra casa. Voltar pra casa com esse sentimento de esperança e dever cumprido, enquanto profissionais, nos enche de coragem para retornar daqui a 60 horas e viver tudo novo, de novo.

Gratidão a Deus por me permitir viver experiências tão impactantes no HCamp de Itumbiara

Dias melhores estão vir e logo nos recordaremos desse tempo com gratidão e orgulho por ter feito parte desse exército, desse time que está na batalha para salvar vidas. Que Deus continue nos protegendo.