Primeiro a contar sua trajetória de vida foi seu Assiz de Sousa, de 59 anos. Ele é paciente da unidade de saúde desde 2016 e falou sobre sua instituição sem fins lucrativos, uma creche que atende 120 crianças em Aparecida de Goiânia
Para humanizar ainda mais o atendimento, e diminuir os efeitos negativos da internação, o Hospital de Urgências de Goiânia Dr. Valdemiro Cruz (Hugo) desenvolveu o projeto Nossas Histórias que conta um pouco sobre a vida dos pacientes que passam pela unidade de saúde.
A ação foi idealizada pela coordenadora do serviço de relacionamento e ouvidoria do Hugo, Ariana Leonel. “Nossa ideia é contar histórias das pessoas que estão envolvidas com o Hugo. O intuito é ouvir as pessoas que passam por nós, pois às vezes não temos noção do impacto que causamos na vida das pessoas. Vamos ouvir, escutar e homenagear esses pacientes que contribuem tanto para a sociedade”, explica Ariana.
A coordenadora ressalta que o Hugo quer ouvir os pacientes. “Nós queremos estreitar o vínculo com que temos com nossos usuários, e reconhecer como essas pessoas são importantes para a sociedade. Com a ação, conseguimos também sensibilizar as equipes mostrando que existem pessoas no Hugo que passam por várias lutas, enfrentam dificuldades, e ainda assim, são pessoas que têm uma capacidade de amar tão grande. É enxergar o ser humano atrás de tudo o que o nosso trabalho faz”, afirma.
O primeiro a participar do Projeto é o seu Assiz de Sousa Calisto, de 59 anos. Ele é paciente do Hugo desde 12 de dezembro de 2016. Seu Assiz tem sérios problemas com a diabetes. Depois de perder uma perna para a doença, luta diariamente para manter o outro membro inferior. O que mais chama a atenção é a garra e a gentileza que ele tem com os outros a sua volta. Morador de Aparecida de Goiânia, ele vem ao Hugo toda semana para refazer os curativos na perna. Ele tem uma creche que, sem fins lucrativos, cuida de mais de 100 crianças para que os pais possam trabalhar.
O Hugo chegou até a história de seu Assiz por meio do vigilante da unidade Vagner Adriano de Mendonça, que emocionado com as ações que o paciente desenvolve, procurou o serviço de relacionamento e ouvidoria do Hugo. “Trabalho aqui há quatro anos e sempre percebi a forma com que ele procura ajudar as outras pessoas que vêm ao hospital. Então pensei em contar a história como uma forma de mostrar que o Hugo é feito de pessoas que cuidam de outras pessoas, que se doam pelo bem”, avalia.
Seu Assiz, de 59 anos, fundou a Sociedade Vida e Esperança (SOVESP), uma creche sem fins lucrativos que há 20 anos cuida de crianças em Aparecida de Goiânia, no Jardim Itapuã. Assiz conta que no primeiro dia de funcionamento da instituição 36 crianças foram atendidas. “Nós víamos a carência da nossa região, mães que precisavam trabalhar e não tinham com que deixar os filhos, e em 2000 tivemos a ideia de montar a creche. É um trabalho muito árduo que cresceu muito. Atendemos crianças de um ano e meio a cinco anos”, revela.
O aposentando e toda família se dedicam a SOVESP. “Tudo o que fazemos é em benefício dessas crianças. Nosso tempo é dedicado à creche. Há quatro anos temos um convênio com a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), os universitários prestam serviços na creche. Tenho muito orgulho de falar que assinei bolsa universitária de crianças que passaram pela instituição. São muitas histórias e ainda vou escrever um livro sobre o meu trabalho, me sinto realizado”, afirma.
Seu Assiz afirma que se sente muito agradecido ao Hugo por ouvir e contar sua história. “Tem quatro anos que faço tratamento aqui e quando chego parece que chegou um rei. Todo mundo conhece o seu Assiz. Para mim é gratificante o hospital falar sobre minha história. Eu agradeço por ser reconhecido pelo trabalho que eu faço”, conclui.
Além de doações, a instituição tem convênio com a prefeitura de Aparecida de Goiânia que fornece professores e monitores para a SOVES. Quem quiser somar a essa rede do bem pode entrar em contato com os telefones da instituição: (62) 3518-3967 e (62) 98464-4157.