A oferta de informações determinantes para um dos processos mais profundos de interação entre mãe e recém-nascido, com reflexos diretos no estado nutricional, desenvolvimento fisiológico, cognitivo e emocional da criança e na saúde física e psíquica da mãe. Este é o objeto de uma ação realizada pela equipe de Nutrição da Maternidade Municipal Lourdes Nogueira junto às parturientes no estímulo à amamentação.
“Mesmo diante de todas as evidências científicas apontando a superioridade da amamentação, ainda há muita dúvida, sobretudo das mães menos experientes, sobre a importância vital da amamentação”, destaca a supervisora de Nutrição da maternidade e especialista em Nutrição Clínica e Terapia Nutricional, Greice Milena Reis. Ela explica que há uma rotina de abordagens, com cronograma semanal, para a difusão de informações, estímulo e orientação prática para que as mães tirem todas as suas dúvidas.
“Eu, mesmo já sendo mãe, tinha dúvidas sobre o leite ser ralo e sobre os horários de oferta ao bebê. Aqui recebi orientações que vou levar para o resto da vida e que me foram muito úteis, tanto para mim, quanto para o desenvolvimento da minha filha”, revela a paciente Fransoane Graviel, oriunda do município de Itabaiana, que deu à luz no último sábado, 27, à pequena Maria Clara.
Segundo a também nutricionista da equipe, Jéssika Machado, as dúvidas de Fransoane são muito comuns e representam algumas das dificuldades para a consciência da relevância amamentação. “O leite materno é o alimento mais completo e composto por todas as vitaminas, minerais e necessidades energéticas para o bebê, nos seus primeiros seis meses de vida. Não existe leite ralo, bem como não é necessária a complementação com sucos, água e chás”, descreve a nutricionista.
Ainda conforme Jéssika, as evidências científicas apontam que a amamentação previne diarréias, infecções, alergias, além de diminuir também o desenvolvimento de obesidade, hipertensão e diabetes infantil. “Há, ainda, inúmeras vantagens para a mãe como a prevenção de hemorragias pós-parto, recuperação de peso mais acelerado, redução do risco de câncer de endométrio, ovário e mama, além de prevenir também o desenvolvimento do diabetes tipo 2”, argumenta.
Ela explica também que, caso haja impossibilidade da mãe oferecer amamentação, seja por questões clínicas ou físicas, aí sim, se estabelece um padrão nutricional alternativo para o bebê.
Nutrição das Mães
Um dos tópicos de destaque na abordagem sobre amamentação refere-se à dieta das lactantes, que precisam atentar, sobretudo, para a ingestão de água. “Atendemos aqui a um perfil bem diversificado e, em alguns casos percebemos que há dificuldades para uma dieta mais equilibrada. Aí trabalhamos com as alternativas, alimentos simples, de baixo custo que podem oferecer uma melhor condição de amamentação para as mães, sempre deixando claro que é fundamental a ingestão de água”, frisa a supervisora Greice Milena.
Um dos atrativos mais aguardados nas abordagens é a oferta de barrinhas de cereal, que também podem ser produzidas em casa. “Aqui temos um mix de oleaginosas, fonte de cálcio, ácido fólico e ômega 3, que são nutrientes necessários para o desenvolvimento cognitivo nos fetos, e oferecem às puérperas vitamina E, ferro, fibras, zinco, vitaminas do complexo B e gorduras monoinsaturadas. Além de tudo é saboroso e pode ser consumido em qualquer lugar”, argumenta Greice.