Uma manhã de informação, atualização e motivação na luta contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) e o vírus HIV. Essa foi a temática abordada pelo médico sanitarista e coordenador estadual do Programa IST/Aids em Sergipe, Almir Santana. A palestra reuniu profissionais de saúde e colaboradores da Maternidade Municipal Lourdes Nogueira (MMLN), na manhã desta segunda-feira,11, na programação alusiva à campanha “Dezembro Vermelho”.
Almir Santana apresentou dados mundiais sobre HIV/AIDS e focou nos números encontrados em Sergipe, sobretudo no que se refere à recém-nascidos e gestantes, que são o público da MMLN. “Em Sergipe, registramos 39 crianças com AIDS de 2011 a 2023. 23 crianças com HIV, de 2011 à 2023, 82 crianças expostas no ano de 2023 e, ainda, 82 gestantes com HIV, sendo 40 ainda em acompanhamento. Muitas destas poderão vir parir aqui”, alertou Dr. Almir, ao reforçar a importância do cumprimento dos protocolos estabelecidos para evitar transmissão após o parto e a suspensão da amamentação nesses casos.
Peculiaridades
Um dos relatos que impactou a todos referiu-se à um caso onde a mãe e a criança tiveram resultado negativo para HIV e, nos meses seguintes, um exame detectou o vírus na criança, gerando muitos questionamentos. “Depois de uma minuciosa investigação, chegou-se ao fato de que a mãe, amamentando, teve uma relação sexual desprotegida e continuou a amamentar seu filho, quando se deu a transmissão do vírus. Esse foi o fato gerador e nos chama a atenção para a complexidade dessa prevenção”, exemplificou Almir Santana.
Ele ainda detalhou todos os cuidados para a redução de riscos de infecção, a exemplo da chamada “amamentação cruzada”, mulheres diferentes da parturiente amamentando uma criança, que é desaconselhada pelos riscos que pode oferecer. “Sobretudo nas localidades mais distantes ainda encontramos práticas como essas que são extremamente arriscadas”, evidenciou.
Profilaxia
As profilaxias “Pós” e “Pré” exposição às situações de risco também foram detalhadas com sua logistica explicada para os profissionais. Segundo o médico, em situações de violência, descuido, ou eventual rompimento do preservativo durante a relação sexual, pode ser adotada a PEP – Profilaxia pós Exposição, em até 72 horas após a relação, que é oferecida nas UPAS´s Nestor Piva, Fernando Franco e no Cemar. E hoje há ainda o PrEP – Profilaxia Pré Exposição, que pode ser adotada em situações específicas. As situações se coadunam com a logística já existente na MMLN para atendimento às vítimas de violência.
“Nossa meta tem sido ampliar cada vez mais a oferta de informação, preservativos e os testes para quem eventualmente se expôs a situações de risco. Por isso, já vamos deixar aqui um dispenser com preservativos à disposição do público da maternidade”, destacou.
Opinião
Para a enfermeira que atua na Central de Material Esterilizado (CME), Rafaela Xavier, a exposição das situações e inovações correlatas à prevenção são de extrema importância para todos os profissionais de saúde. “Estamos expostos à uma rotina na maternidade que nos cobra essa atualização constante sobre os métodos e técnicas nos mais variados segmentos. Contar com um palestrante do nível de Almir Santana é um privilégio, pois ele acompanha todas as inovações dessa área”, registrou.
Opinião que foi reforçada pela também enfermeira coordenadora do Núcleo de Educação Permanente (NEP), Luciane Katrine, que reforçou o intuito da capacitação constante. “Novas pesquisas e evidências científicas surgem a todo momento. Nesse sentido, é fundamental que busquemos justamente autoridades nos temas como o nosso reconhecido médico Almis Santana, para nos trazer as informações mais recentes para balisar nossos procedimentos e condutas. Por isso, queremos agradecer muito a disposição dele em vir realizar essa palestra”, concluiu.
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