Maternidade Municipal Lourdes Nogueira abre Agosto Dourado com série de palestras sobre aleitamento humano

6 de agosto de 2024

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A Maternidade Municipal de Aracaju, Lourdes Nogueira, promoveu nesta segunda-feira, dia 5, uma série de palestras sobre o aleitamento humano, em alusão ao Agosto Dourado, campanha nacional de estímulo à amamentação. Com o tema “Amamentação para todos: Apoie em todas as situações”, a MMLN abordou a informação como ponto mais importante para as mães nesta fase, principalmente para aquelas de primeira viagem.

Mauro Muniz Bezerra, diretor técnico médico da MMLN, destaca a importância do diálogo em torno da amamentação, pois as mães frequentemente recebem informações conflitantes. “Amamentar é difícil por si só, principalmente nessa época em que vivemos grandes retrocessos, como a redução da licença maternidade em decorrência da ‘pejotização’ de algumas profissões e da falta de suporte do poder público para as mães mais carentes”, complementa.

Outro tema muito abordado foi a importância de amamentar, independentemente das circunstâncias. De acordo com a coordenadora da Neonatologia da MMLN, Dra. Manuela Souza Santana, toda mulher é capaz de amamentar. “Entre as diversas abordagens da minha fala, meu foco foi na capacidade que toda mãe tem de amamentar; que não existe leite fraco e nem mãe com pouco leite. Percebemos que o ciclo hormonal é influenciado diretamente pelo ato de colocar o bebê direto no peito, logo após o nascimento, sem intervenções. Quando há estímulo, o leite vai ser produzido, principalmente nos primeiros 15 dias de vida da criança.”

Outro ponto explorado pela médica foi a importância da imunização que o leite proporciona ao bebê, principalmente nos primeiros dias de vida, quando é produzido o colostro, um leite mais espesso e amarelado, rico em anticorpos, que desempenha um papel fundamental na imunidade e desenvolvimento saudável da criança.

“Hoje, quando a gente fala em aleitamento humano, a gente não fala mais só na capacidade de nutrição, do poder calórico e lipídico, mas também em imunoterapia, no grande poder vacinal que tem no colostro, no leite maduro, e que muitas vezes não é divulgado e as pessoas esquecem. Muitas mães acham que o colostro, por ser produzido em pequenas quantidades, não alimenta de maneira eficaz; no entanto, ele serve como uma poderosa vacina naqueles primeiros momentos, mesmo que a quantidade produzida pareça ser pouca”, ressalta.

NBCAL

A presidente do Departamento Científico do Aleitamento Humano da Sociedade Brasileira de Pediatria, Dra. Izailza Matos Dantas Lopes, palestrou sobre um tema mais técnico: as Normas Brasileiras de Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, Bicos, Chupetas e Mamadeiras (NBCAL). Segundo Izailza, a NBCAL é um conjunto de normas que regulam a promoção comercial e a rotulagem de alimentos e produtos destinados a recém-nascidos e crianças de até três anos de idade, com o objetivo de promover, proteger e apoiar o aleitamento humano.

“Essa faixa etária, de zero a três anos, engloba os primeiros mil dias de vida, que são os dias de maior importância, onde a amamentação assume um papel fundamental no crescimento e desenvolvimento da criança. É importante ter as fórmulas? Sim! Mas é preciso indicar nas embalagens que o leite humano deve ser a primeira escolha para alimentar os bebês, pois ele evita infecções e alergias. Nesse sentido, as mães têm que manter a amamentação exclusiva até os primeiros seis meses e, depois disso, a amamentação conjunta por dois anos ou mais. Portanto, a introdução das fórmulas deve ocorrer apenas quando a amamentação natural não puder ocorrer”, reforça.

E é justamente com o intuito de não promover a ideia de substituição que a propaganda desses produtos não pode ser realizada. “A minha palestra buscou justamente mostrar o que não pode ser divulgado e mostrar aos profissionais que eles também podem fiscalizar e inibir ações comerciais que são proibidas pela legislação brasileira, tudo no sentido de proteger as mães e a boa alimentação dos bebês recém-nascidos ou em fase de alimentação exclusiva do leite humano”, finaliza Izailza.