Uma bebê prematura extrema, nascida com apenas 26 semanas e 6 dias de gestação, foi um verdadeiro exemplo de superação ao receber alta após seis meses de internação na Maternidade Municipal de Aracaju Lourdes Nogueira (MMLN), gerenciada pelo Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS). A pequena Marina Vitória do Nascimento Tavares enfrentou uma série de complicações graves desde o seu nascimento, pesando apenas 905 gramas, e passou por um longo período de cuidados intensivos que mobilizou toda a equipe do bloco neonatal da maternidade.
Nayra Jessica Alves Silveira, coordenadora de enfermagem do bloco neonatal, explica que a bebê passou por momentos críticos logo nas primeiras horas de vida. “A recém-nascida precisou de intervenções de urgência, incluindo intubação, massagem cardíaca e uso de medicamentos para estabilizar o quadro. Depois disso, foi encaminhada à nossa Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), onde permaneceu por meses sob um monitoramento constante,” relata.
Marina também precisou de cirurgias delicadas durante a internação, o que exigiu um esforço adicional da equipe. “Ela foi submetida a uma série de procedimentos cirúrgicos, inclusive uma cirurgia intestinal e tratamento para uma condição ocular chamada retinopatia da prematuridade. O caso dela exigiu decisões rápidas e muito trabalho conjunto para garantir o melhor resultado possível”, detalha a coordenadora.
Gratidão
Para a mãe da bebê, Thaís Santos do Nascimento, o sentimento de gratidão à equipe da maternidade é imensurável. Ela destacou a dedicação dos profissionais, que fizeram o possível e o impossível para salvar sua filha. “A maioria dos bebês prematuros vai conseguindo respirar normalmente após algumas semanas de vida, mas com ela foi diferente. Ela teve uma enterocolite [lesão na superfície interna do intestino] e a equipe correu atrás de tudo para que a cirurgia fosse feita. Ela ficou dois meses entubada, e mesmo com dificuldades para extubar, os médicos não desistiram,” recorda.
A mãe também mencionou a descoberta de que a bebê não conseguia deglutir corretamente, o que complicou sua recuperação. “Foi uma luta diária. Eles não sabiam por que ela não conseguia ficar sem o aparelho, e continuaram investigando até que descobriram o problema de deglutição. A partir daí, os cuidados se intensificaram ainda mais, sempre com muito empenho da equipe,” afirma Thaís.
Além da cirurgia de intestino, Marina passou por mais três procedimentos, incluindo uma cirurgia nos olhos, o que a mãe lembra com alívio e gratidão. “Foram, no total, quatro cirurgias que ela fez lá. Coisas que antes não se faziam, mas a equipe estudou tudo o que era possível ser realizado na maternidade e conseguiu fazer. Não precisou ser transferida. Tudo foi feito na maternidade, e isso salvou a vida dela,” relembra emocionada.
Alta
Após 6 meses e 14 dias internada, Marina finalmente pôde ir para casa, onde continuará a ser acompanhada pelo Serviço de Atendimento Domiciliar (SAD) da Prefeitura de Aracaju, que é um programa que oferece atendimento médico em domicílio para pacientes que estão em condições de continuar o tratamento fora do hospital.
“A história da bebê é um verdadeiro testemunho de perseverança, amor e da dedicação dos profissionais da Maternidade Municipal de Aracaju Lourdes Nogueira, que não mediram esforços para garantir que ela pudesse estar nos braços da família”, acrescenta a coordenadora de enfermagem do bloco neonatal da MMLN, Nayra Silveira.